No final da década de 1950, uma sossegada cidadezinha do interior é surpreendida por um amontoado de assassinatos, suicídios e mortes suspeitas. A cidade não está convenientemente preparada para enfrentar honestamente qualquer crime mais vultuoso que o perpetrado pelos corriqueiros ladrões de galinhas. Para solucionar casos de mortes tão variados como os artigos vendidos em seus armazéns de secos e molhados, o local vai depender de relações pessoais, das fofocas e da curiosidade sobre a vida alheia, que dão sabor e sentido ao dia a dia de seus habitantes. Enquanto isso, a cidade vai acompanhando seus adolescentes no caminho para a vida adulta e na descoberta do sexo, que as famílias procuram não enxergar. Mas não consegue livrá-los de se enredarem em situações de abuso, cobiça, vícios e morte violenta, que desmascaram as supostas inocência e tranquilidade do lugar. A cidadezinha vê chegar gente, gostos, artes, tecnologias e costumes novos que confrontam a antiga moralidade e os velhos hábitos, e vai deixando para trás um mundo que se esvai para outro despontar em seu lugar.
Sobre a obra e o autor
O Estado de S. Paulo: "Reginaldo Prandi é um especialista em investigar raízes e arquétipos. Em seu novo romance rompe com o mito da cidade pacata do interior." Matheus Lopes Quirino
Folha de S.Paulo: "Alguns leitores podem achar o romance um tanto pesado, com episódios devastadores. Há, contudo, outra forma de descrever o livro — ele é divertido. Há cenas francamente engraçadas, como a tal Festa da Luz, quando a cidade será finalmente ligada à rede elétrica nacional." Naná DeLuca
Carta Capital: "Logo nas primeiras páginas, uma mulher é assassinada pelo namorado em frente ao cinema. Mas, mais do que crimes, o que interessa no livro é a construção coletiva da cidade num momento crucial da história do Brasil, quando se avizinhava a década de grandes transformações culturais e tecnológicas." Alysson Oliveira