"No tocante à minha própria especialização, sociologia do trabalho, eu gostaria de observar que o livro do Prof. Reginaldo, publicado em 1978, intitulado O trabalhador por conta própria sob o capital, volume esse para o qual o Prof. Fernando Henrique Cardoso fez o prefácio, tornou-se uma referência obrigatória para todos aqueles que pesquisam as metamorfoses do trabalho precário e informal no Brasil, como é o meu caso, pessoalmente, por ter vinculado, nas trilhas abertas pelo Prof. Chico de Oliveira, pelo Prof. Paul Singer, pelo Prof. Lúcio Kowarick, enfim, pela equipe do Cebrap à época, a informalidade ao regime de acumulação fordista periférico. No entanto, Reginaldo soube inovar. Quando você vai fazer uma análise mais detalhada, detida do livro, uma coisa que salta aos olhos é o fato de que ele inova teoricamente, explorando as relações entre o trabalhador precário e as transformações da estrutura de classes impulsionadas pela urbanização na semiperiferia capitalista, que era um tema bastante frequente do Cebrap à época, a partir da inspiração trazida pela publicação do Capítulo VI, inédito, de O capital, de Marx, em sua abertura para pensar as formas heteróclitas de acumulação por meio de espoliação do trabalho, que é um tema, diga-se de passagem, atualíssimo" (Trecho do discurso de saudação ao homenageado proferido pelo Prof. Dr. Ruy Braga na cerimônia de outorga do título de Professor Emérito a Reginaldo Prandi).
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